MALÉVOLA. Um dos filmes preferidos dos últimos tempos. Eu nunca entendi por que a bruxa ficou tão zangada por não ter sido convidada para o batizado da princezinha, a ponto de colocar um feitiço na criança. Primeiro, sabemos que eram chamadas bruxas as mulheres que demonstravam ter algum conhecimento, que sabiam os segredos das ervas, que discordavam, ousavam ou qualquer coisa fora do padrão. Essas eram as bruxas.
O filme Malévola despertou raiva em fanáticas religiosas e brilho nos olhos de quem luta pela igualdade e empoderamento feminino. As mulheres têm sido vistas como cobras perigosas que precisam ser dominadas há muito tempo. Malévola é a beleza, é pureza, defende a natureza e ama seu amigo. Sim, tudo começa quando ela é apenas uma criança. Ela tem poderes, está em harmonia com a natureza. O amiguinho é um menino pobre, que em determinado ponto usa da relação de confiança, no futuro, já crescidos, para violentar Malévola e roubar suas asas. Quer algo mais metafórico que isso? Ele diz que ama e depois rouba suas asas. Ele a deixa irada, fria, triste, desconsolada e se torna rei por isso. Eles não conhecem a sua perversidade.
Ela, por sua vez, não convidada para o batismo da filha do rei, vai até lá e lança um feitiço contra a menininha fofa. A história da roca todas nós conhecemos, mas o desfecho que se dá é lindo. O final é a recompensa do amor e a revelação da ganância por parte daquele que um dia a violentou para ganhar o trono. Não vou contar o que acontece. Acho melhor deixar vocês descobrirem! E divirtam-se com a falta de jeito das fadas madrinhas!
PARA SEMPRE CINDERELA. Uma versão moderna do conto da famosa Gata Borralheira. Drew Barrymore é Cinderela, uma moça educada, inteligente, determinada e bem humorada. Após a morte do pai, como sabemos, ela passa por maus bocados nas mãos da madrasta e irmãs malvadinhas que adoram humilhar a pobrezinha, que na verdade foi roubada pelas interesseiras. Mas, a nova versão traz mais realismo para a história e Cinderela conhece o príncipe Henry acidentalmente. Ele, por sua vez, não quer assumir o trono e nem quer o casamento arranjado. O amor entre eles surge aos poucos, como um encantamento pela personalidade da moça, não apenas a beleza. Óhhh! Ela não tem nada de frágil, apesar de sofrer com os abusos da família.
Ela defende os criados (minorias), se liberta de senhores (sua madrasta), se ajusta na cumulativa função da mulher moderna, que além de fazer tudo em casa ainda tem que estar linda para o baile.
Nos novos filmes da Disney temos visto uma grande evolução. Dramas familiares mais reais estão sendo contados sob uma perspectiva encantada. Frozen e Valente mostram mulheres e meninas que se diferenciam do mundo da lua que as princesas viviam anteriormente; elas se libertam. Mostram o amor de uma forma diferente. O melhor é trazer as mulheres como irmãs, amigas, e não inimigas mortais. Chega dessa baboseira de que mulheres se traem. Colocam isso na cabeça das meninas e vem logo aquela frase: mulher né, já viu. Homens são leais e mulheres traíras? Então, você, mulher, é assim? Eu não concordo com isso.
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